terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O dia de Martin Luther King

Na terceira segunda-feira do mês de Janeiro os estadunidenses comemoram o Dia de Martin Luther King. Doutor king, como era chamado. Foi um grande líder que lutou pelos direitos civis dos negros e através de sua luta a sociedade conquistou a igualdade racial nos Estados Unidos.
Os filmes de Hollywood sempre nacionalista, de forma explícita ou mais discreta estão sempre se ufanando de princípios como democracia, igualdade e liberdade, tais princípios ganham uma aura sagrada à sombra da bandeira nacional e ao som de discurso que celebram a igualdade e a fraternidade. Mas apenas muito recentemente o país que apregoa liberdade e democracia passou a tratar todos seus filhos como cidadãos de fato. Apenas a partir da segunda metade século XX, mais precisamente a partir das reformas que aprovaram a Lei de Direitos Civis em 1964 e a Lei de Direitos Eleitorais em 1965 que os negros norte-americanos conquistaram direitos básicos de cidadania, e Martin Luther king foi fundamental para essas mudanças.
Convivendo com os resquícios do estado escravocrata Luther King herdou do pia não apenas o nome, mas toda opressão que pesava sobre os negros dos Estados do Sul. Nascido em Janeiro de 1929 King graduou-se, em 1948, em Sociologia, em 1951 formou-se em Teologia num Seminário da Pensilvânia e em 1955 recebeu o título de doutor em Teologia Sistemática pela Universidade de Bóston, a partir de quando passou a ser conhecido como Doutor King.
Em 1954 Martin Luther King iniciou suas atividades como pastor da igreja Batista em Montgomery, capital do estado do Alabama. Um ano depois liderou o boicote aos ônibus de Montgomery que teve como estopim a prisão de uma senhora negra que se recusara a dar seu assento à uma pessoa branca. Nessa época leis determinavam que os negros deveriam ocupar apenas os assentos nos fundos dos ônibus, caso pessoas brancas lotassem o ônibus, deveriam viajar em pé, apesar de pagarem pelo transporte. Não poderiam freqüentar determinados lugares públicos e também deveriam usar banheiros e bebedouros distintos. Freqüentemente os negros eram alvo de violência dos cidadãos e da polícia, não raro trabalhavam e não recebiam pelo trabalho, não tinham a quem recorrer porque as leis e os costumes estavam sempre do lado dos brancos.
Na década de 1960 os jovens negros foram muito importante para o país da liberdade e da igualdade, eles faziam linha de frente na guerra contra o Vietnã. Mas o Doutor King não estava conformado com a situação e depois do vitorioso boicote os ônibus passou a liderar vários movimentos de desobediência civil. As comunidades negras reunidas sob a liderança do reverendo Luther King seguiam seus princípios que eram simples, porém eficientes, desobediência civil aliado a não-violência.
Eu tenho um sonho, dizia ele. Este é o título de seu memorável discurso proferido em 1963, exatamente cem anos depois da primeira lei de abolição. Um século depois Luther King vinha cobrar que fosse concluído o que os apregoadores da liberdade começaram e não terminaram. O discurso de King é um manifesto de indignação de um homem que como outros ousou sonhar com um lugar melhor para seus filhos. "Eu tenho um sonho, o sonho de que um dia meus filhos viverão numa nação onde eles não serão julgados pela cor da sua pele mas pela essência do seu caráter."
O discurso vale a pena ser lido, pensado, comparado e quiçá seguido. Luther king mostrou a todos que por mais de cem anos a grande nação onde deveria reinar a democrática pessoas eram reduzidas a condição de semi-escravos, quase cidadãos, pessoas que não eram sujeitos do direito. De forma pacífica Martin Luther King liderou um movimento que mudou as leis e a história de seus país. Que a história do pastor Luther king e a mudança que conquistou em seu país onde a liberdade e a igualdade pareciam florescer, mas de fato não era tão bela assim, nos sirva de exemplo.

Alex Andrade
Mestrando em História pela PUCRS, Porto Alegre.

Um comentário:

Anônimo disse...

Alex,
Realmente é muito importante lembrar do legado de Martin Luther King. Sua luta pela igualdade é digna de ser reconhecida.
Parabéns pelo blog!
Excelente conteúdo.
Renato Gama.