terça-feira, 18 de março de 2008

FEBRE AMARELA, Representação pede que MP investigue alarmismo da mídia

O Movimento dos Sem Mídia protocolou, segunda-feira, uma representação junto ao Ministério Público Federal denunciando o tom alarmista adotado pela mídia brasileira ao noticiar uma suposta epidemia de febre amarela no Brasil. Segundo o presidente da organização, Eduardo Guimarães, o objetivo da representação é a abertura de uma investigação sobre o papel dos meios de comunicação na divulgação de casos de febre amarela.

Em entrevista ao jornalista Paulo Henrique Amorim, do site Conversa Afiada, Guimarães informou que a representação oferece elementos para o MP investigar o caso. Entre esses elementos estão vídeos de programas e telejornais e matérias de jornal. Os principais focos da representação são: Organizações Globo, Grupo Estado, Grupo Folha, Editora Abril, Correio Braziliense, Jornal do Brasil, Veja e IstoÉ.

Na avaliação de Guimarães, a imprensa deu uma repercussão exagerada aos casos de febre amarela e provocou um alarmismo entre a população. A postura da mídia provocou pelo menos uma morte. "Essa pessoa não iria viajar para nenhuma área de risco, tinha um organismo incompatível com a vacina e, assustada pelo noticiário alarmista...

O tom alarmista foi reconhecido pelo ombudsman da Folha de S.Paulo, e admitido pelo próprio jornal em um editorial que diz que a hipótese de epidemia foi magnificada pela mídia." Guimarães comparou o episódio da febre amarela deste ano com a epidemia que ocorreu em 2000. Segundo ele, naquele ano o Ministério da Saúde confirmou 85 casos e 40 mortes causadas pela febre amarela. "E você nota que lá atrás não foi feito alarmismo nenhum. E hoje foi feito uma verdadeira guerra na imprensa, dizendo que haveria essa epidemia."

O líder dos sem-mídia disse também que, se a investigação do MP provar que a imprensa provocou um alarmismo na população, sua ONG vai pedir, na Justiça, o ressarcimento do erário público, que gastou com vacinas e atendimento hospitalar a pessoas que tiveram problemas causados pela vacina.

Leia o texto da representação no site da Carta Maior clicando sobre o título desta notícia.

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